O que faz dos portugueses um povo tão especial? Realmente, o que nos leva a fazer coisas que mais ninguém faz? De uma forma que noutros países tem resultados totalmente diferentes… O que nos faz sermos melhores ou piores que os outros? O que é que nos faria ser muito melhores?
É nos pormenores que nos distinguem dos outros povos que José Pedro Gomes se volta a debruçar nesta comédia, com a ajuda de vários portugueses com opiniões muito interessantes, entre eles Marco Horácio, Nilton e Nuno Markl.
O resultado é Vai-se Andando, numa encenação de António Feio.
Esta peça encenada por Joaquim Nicolau conta a história de Carlota Francisca da Bernarda de Alcoforado, uma burguesa que deixa o seu marido e muda-se para a cidade. Sendo a renda muito cara, procura duas inquilinas para dividirem o apartamento, tendo como condição saberem pronunciar o seu nome correctamente. A primeira a aparecer é Rosalinda. Tem uma pronúncia de Bragança, um ar rústico, meio camionista, meio armário. A outra é Fanny, é de origem inglesa, muito bonita, muito elegante, muito estúpida e ligeiramente amalucada. Estas três mulheres dividem o apartamento numa mistura explosiva e vivem a dolorosa mas hilariante prova do divórcio, apesar das suas aparências físicas e personalidades serem totalmente opostas.
Sem dúvida uma excelente comédia, uma hora e meia de boa disposição e constantes gargalhadas proporcionadas por um elenco de luxo composto pelo fantástico José Raposo (Rosalinda), pela despassarada Marina Albuquerque (Carlota Francisca) e pela talentosa Sylvie Dias (Fanny).
Já há algum tempo que era minha intenção assistir a uma peça de teatro por isso foi com enorme expectativa que me desloquei ao esgotadíssimo Teatro Sá da Bandeira, e valeu mesmo a pena… Ah, e que dizer da sempre agradável companhia.. Gosto, e pronto.