Esta coisa do arrependimento, julgo, é algo de inevitável na vida de cada um. Todos nós, num momento ou noutro, já tomámos opções das quais nos arrependemos. Ou melhor, à luz da experiência entretanto adquirida, muitas vezes até após vivenciar as consequências das opções tomadas, verificamos que afinal não tomámos a melhor decisão, dando-se aí o tal do arrependimento.
Mas sinceramente eu considero que, em situações dessas, há pouco lugar para o dito. Porque olhando para trás, para os muitos erros que fui cometendo, a verdade é que no momento em que tomei as decisões, elas eram para mim a melhor coisa a fazer, e optei com a alma e a razão, convicto de que aquele era o caminho a seguir. A compreensão do porquê de um determinado passo, que parecia tão seguro, ser afinal um passo em falso, isso veio depois, e não tinha como chegar antes. Então aí, de que serve o arrependimento? “ Se soubesse o que sei hoje” é uma frase muito gira mas consola pouco e justifica nada. A verdade é que na maior parte das ocasiões não sabia o que sei hoje, e isso é afinal a tal constante da vida.
Do meu ponto de vista, o que há a fazer é aquilo que, a cada momento, identifico dentro de mim como a minha maior verdade, aquilo em que eu acredito mais profundamente e no fim, esperar pelo melhor. “Põe quanto és no mínimo que fazes”, é realmente a melhor forma de andar para a frente. Não sem cometer erros, porque eles são fatais como o destino e precisamos deles para aprendermos a ser melhores do que aquilo que somos. Mas para dormir todos os dias descansado, que estou a fazer tudo o que me é possível com aquilo que sou em cada momento.
Para mim o arrependimento mora noutros momentos. Naqueles em que tomei opções que não vieram cá de dentro, em que me deixei levar em coisas nas quais não acreditava totalmente, em que disse “sim” quando queria verdadeiramente ter dito “não” ou vice-versa, e pior, quando olho envergonhado para trás e verifico que já sabia então exactamente aquilo que sei hoje, e ainda assim, incorri no erro. É aí que mora o meu arrependimento. Porque para esses erros eu não (me) dou desculpas ou panos quentes. Eu tinha tudo o que era preciso para saber melhor.
Continuo no entanto a achar que o arrependimento é uma coisa inútil. Não ensina nada, não minimiza nada, prende-nos ao passado e não nos deixa avançar. Está lá, e é tudo. Quanto aos erros, não é bem assim. Há sempre algo para fazer com eles. Encaram-se de frente e carregam-se juntamente com a restante bagagem, pois se fazem parte de nós e nos fizeram chegar até aqui, não se podem largar no meio do caminho sem mais nem menos, se o que se pretende é seguir viagem.
Porque o erro de não assumir um erro pesa sempre mais do que o primeiro e para a frente é que é caminho. Entre o arrependimento, a consciência e a responsabilidade, que venham elas, e ele se deixe estar por aí num canto a lamentar-se.
Rostos... rostos de satisfação que valem mais do que mil palavras. Presentes, dádivas neste Mundo nem sempre justo e correcto.
Foi assim, numa simples ida ao cinema. No final, agradeceram-me, mas sou eu quem tem de o fazer. Obrigado.
Porque também eles choram e o Mundo não pára, segue-se o caminho como se nunca tivessem existido lágrimas, como se o coração nunca tivesse sido quebrado, brinquedo partido nas mãos de uma criança.
Também eles um dia entraram num café e sentiram que o fumo os impedia de respirar.
Também eles, num qualquer momento do qual se esqueceram (ou recordam-se como a chaga num corpo coberto), já se sentiram pequenos demais, terrivelmente fracos face a um poder crescente não se sabe bem do quê, não se sabe bem para quê.
Mas continuaram. Nunca ninguém lhes deu uma pausa, nunca o tempo parou para que chorassem, para que a sua fúria fosse libertada e todas as faces da dor fossem expulsas da sua alma.
E sofreram… sentiram na sua existência a terrível certeza do finito, da efemeridade, da mortalidade, da humanidade… Viram que também as flores têm espinhos e que o Sol também queima demais. Conheceram coisas que eu nunca conheci e creio bem que as situações vividas foram rios de tristeza suportada. Porém, não houve ninguém que os conseguisse travar e eu sei que nem por um só instante pensaram em desistir do que haviam conquistado.
Sofreram, sim, mas ainda vivem…
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