Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008
Buscamos o auto-conhecimento, vivemos de acordo com aquilo que para nós é ideal, decidimos o que queremos e o que não queremos, dizemos a nós próprios que isto e aquilo nunca faremos, pelas mil e uma razões que garantidamente nos dizem que assim será.
Adquirimos imensas certezas e temos tendência a pensar que as nossas certezas são boas para nós e para os outros.
Arrogamo-nos a capacidade de aconselhar os amigos nas horas de crise emocional, esquecendo que é impossível sentir e verdadeiramente perceber o que eles sentem e vivem nesses momentos.
A verdade é que cada um de nós vê o mundo, a vida e os outros através das lentes baças do lastro educacional que transportamos, e debitamos as nossas sentenças filtradas pelos muitos pré-conceitos que julgamos até não possuir.
Mas, ao contrário do que muitos afirmarão de si próprios, o nosso interior não é um mundo metódico, é antes uma desarrumação, um conjunto desconexo, incompleto e em permanente mutação, capaz de nos surpreender quando menos esperamos.
Como é que podemos, assim, pretender ter garantias e certezas absolutas sobre nós, os outros e as relações que com eles construímos?
Querê-lo não será uma utopia, algo inatingível, uma luta inglória que acaba por se tornar contraproducente?
Até porque, de vez em quando, nos cruzamos com pessoas com quem todas as nossas crenças, certezas e arrogâncias se esvaem…
música: Forever love - Bezegol
Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008
Happy times...
Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008
Os Portishead vão apresentar o novo disco em dois concertos nos coliseus. A banda de Beth Gibbons actua no Coliseu do Porto a 26 de Março e no dia seguinte sobe ao palco do Coliseu de Lisboa.
Leslie Feist vem a Portugal para dois concertos intimistas, onde vai apresentar o mais recente disco de originais “The Reminder”. As actuações estão marcadas para o dia 10 de Junho no Coliseu do Porto e, no dia 11 de Junho na Aula Magna, em Lisboa.
música: Glory Box - Portishead
"Escuta o teu coração
Ele conhece todas as coisas.
Porque onde ele estiver,
É onde está o teu tesouro."
Paulo Coelho
música: Ai ai ai - Ivan Lins
Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008
Friends and football...
Domingo, 27 de Janeiro de 2008
Where to?
Sábado, 26 de Janeiro de 2008
Hoje de manhã dei a volta ao mundo. Vi o que se passava na Europa, nas Américas, na Ásia, só não fui a África, mas hei-de lá ir. É engraçado ver o mundo pelos olhos de outros que andam pelo mundo fora à descoberta daquilo que não conhecem ou que conhecem pouco. É curioso ler e tentar sentir e viver o que outros como eu partiram para o desconhecido e que relatam com tanta intensidade o que sentem e o que observam. Deixam-nos com água na boca e com sede de conhecimento, com vontade de percorrer este mundo que tem tanto para se ver.
Acredito que os aromas e as sensações são todas diferentes, porque cada lugar e cada pessoa são também diferentes, mas a emoção de se descobrir o que não se conhece creio que deva ser igual.
As fotografias que todos tiramos apenas podem documentar uma pequena parte. Pelos textos consigo perceber o que nos une, a todos que estamos neste programa, que felizmente alguém inventou: a aventura e a vontade de viajar que cada dia se torna mais intensa. E damos por nós a fazer planos para viagens que havemos de realizar no ano que vem, daí a 2 anos, todos os anos que nos faltam viver, assim haja disponibilidade e verba para sustentar este, que de certeza se vai tornar um vício. Quanto mais se viaja e descobre, mais se quer conhecer. E há-de chegar a um ponto em que tudo o que é europeu e que à partida é o pólo de atracção inicial de viagens turísticas, deixa de o ser, para começarmos a pensar em destinos tão ou mais exóticos como a China, Índia…
Porque os caminhos de terra que teimamos em percorrer podem tornar-se muito longos, não basta circunscrevermo-nos ao que vemos e ouvimos todos os dias que passamos em Portugal, porque o que interessa é ver e sentir, para depois poder falar e fazer. Importa ressaltar que o bom de termos uma terra tão grande, são todas as suas especificidades, tudo e todos que a compõem e que fazem deste planeta, deste bocado de universo, algo tão diferente e tão igual, que nos faz viajar nem que seja pela internet, pelos olhos e palavras de quem não conhecemos ou de quem conhecemos tão pouco.
Ao mundo, nada temos para dizer, o mundo a nós tudo tem para contar.
música: Here it goes again - Ok Go
want some?
Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008
Freekick
Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008
E de repente existem perguntas que saltam para o nosso caminho, óbvias e inesperadas, que entram por nós adentro e varrem uma série de muros de certezas. Perguntas que abalam porque a resposta de repente já não é a mesma que sempre foi, porque criámos uma falsa segurança ao respondermos a todas as outras para não chegar aquela, porque sempre soubemos a resposta ou porque nunca a soubemos até ter de a ir buscar dentro.
Certezas são uma bela forma de fugir a perguntas...
Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008
"num domingo desse eu passo pela sua casa
com o meu violão montado numa bicicleta
te boto na garupa e vamos sem destino"
...
Maria Rita
Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008
Grande fotógrafa a minha sobrinha...
Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2008
Da conversa, ao balcão, já noite dentro, saiu uma conclusão simples: na nossa geração a facilidade de acesso a mais pessoas, mais amizades, sítios e momentos. No entanto, o acesso a mais escolhas implica uma constante necessidade de optar entre pessoas: estar com alguém implica, muitas vezes, deixar de estar com outras pessoas (porque há mundos diferentes, horários trocados, posturas incompatíveis…).
Assim, sendo muito pragmático e muito pouco romântico, o que nos leva a optar por alguém é o seu custo de oportunidade. No fundo, é porque além do sentimento, essa pessoa dá-nos mais do que tudo o resto que poderíamos fazer, viver e sentir noutro local, com outras pessoas, naquele preciso momento.
E o mais ingrato desta forma de viver é o facto de acabarmos por estar permanentemente a cobrar aquilo que deixamos de fazer para estar com alguém que escolhemos. E ingrato também, é quando só uma pessoa tem de concorrer com todos os outros pedaços agradáveis de quem prescindimos. Mas, por se estar sempre em exame, é muito mais sincera e pura, a opção por alguém. Porque todos os dias ficamos a saber o quanto somos para quem nos acompanha. Por muito mal que pareça dizer, são mais sinceros, o amor e a amizade, quando são racionais. E feitos de opções de valor. Valor relativo, e não absoluto.
música: Gorgeous - Orson
Roads...
Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008
música: Sun comes up - John Legend
Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2008
Alguém que costuma ter visão e discernimento sobre quase tudo desabafava um dia destes que, no que toca a gajas, o seu processo mental é um tudo ou nada diferente. Daí ao desabafo foi um instante: “Porque raio é que quando um gajo tem uma gaja aparecem não sei quantas e quando um gajo não tem parece que anda a pregar no deserto?” (Não foi necessariamente esta expressão mas anda lá perto). Em primeiro lugar a resposta a isto não se encontra assim por “dá cá aquela palha” mas ajuda muito saber que se trata de algo que mete mulheres e pensamentos de macho. Logo, só pode dar nisto. E afinal, aquela que é uma dúvida passível de ser considerada da humanidade, torna-se numa explicação bastante redundante. Para mim, esta é uma questão simples e comparo-a a uma qualquer refeição diária, daquelas em que olhamos para a ementa, pedimos e depois de vir a comida e darmos umas garfadas, olhamos para o prato da pessoa ao lado e pensamos: “Hum, se calhar o bacalhau estava melhor. Da próxima vez peço”. A dúvida inicial esbateu-se.
E perguntam vocês: “Luís, o que estás para aí a dizer?”
música: Sexy Mistake - The Chalets
música: Kaboom - Ursula1000
Terça-feira, 15 de Janeiro de 2008
Esta peça encenada por Joaquim Nicolau conta a história de Carlota Francisca da Bernarda de Alcoforado, uma burguesa que deixa o seu marido e muda-se para a cidade. Sendo a renda muito cara, procura duas inquilinas para dividirem o apartamento, tendo como condição saberem pronunciar o seu nome correctamente. A primeira a aparecer é Rosalinda. Tem uma pronúncia de Bragança, um ar rústico, meio camionista, meio armário. A outra é Fanny, é de origem inglesa, muito bonita, muito elegante, muito estúpida e ligeiramente amalucada. Estas três mulheres dividem o apartamento numa mistura explosiva e vivem a dolorosa mas hilariante prova do divórcio, apesar das suas aparências físicas e personalidades serem totalmente opostas.
Sem dúvida uma excelente comédia, uma hora e meia de boa disposição e constantes gargalhadas proporcionadas por um elenco de luxo composto pelo fantástico José Raposo (Rosalinda), pela despassarada Marina Albuquerque (Carlota Francisca) e pela talentosa Sylvie Dias (Fanny).
Já há algum tempo que era minha intenção assistir a uma peça de teatro por isso foi com enorme expectativa que me desloquei ao esgotadíssimo Teatro Sá da Bandeira, e valeu mesmo a pena… Ah, e que dizer da sempre agradável companhia.. Gosto, e pronto.
música: Bodysnatchers - Radiohead
Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008
No cais da ternura a brisa é constante, há quem se sente e não se importe com o frio a morder-lhe os pés. Os sorrisos surgem, brilham e acabam por esmorecer. Os barcos da saudade vão e vêm, nunca ficam muito tempo porque não querem agarrar-se aos ossos de quem permanece esquecido pela emoção. E neste cais há tempo para carícias, há tempo para toques seguros nas costas, entrelaçar de dedos e acenos de adeus. Há espaço para abraços e olhares trocados em silêncio. A tristeza apodera-se de quem vê partir e de quem parte, a ternura vai, vem, fica. É constante como o bater ritmado de um coração saudável. É um ciclo vivaz de cores, sabores, sons e angústias..
Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2008
Hoje apetece-me falar da viagem feita em Setembro do passado ano de 2007, foi baptizada como a “Rota Pussycat”: Lisbon-Barcelona-Amsterdam-Barcelona-Lisbon.
Seriam 11 dias de viagem, sempre com a mala às costas, já que este ano a estadia foi quase sempre em hostels diferentes.
Barcelona, sempre ouvi falar muito bem desta cidade capital da província de Catalunha, mas confesso, dito é uma coisa… vista pelos próprios olhos é outra… De Gaudí a Picasso, passando por Miró, das Ramblas ao Passeig de Gracia ou Bairro Gótico… tudo é arte, tudo é surpreendente e encantador nesta cidade mágica que parece ter sido pensada e criada com base na perfeição. A magnificência da noite estende-se pelo brilho do dia.
Nos 4 parcos dias que estive em Barcelona, visitei todos os pontos históricos que consegui, ou melhor, os que me pareceram de maior interesse. Tudo isto sempre com as belas cañas e tapas à mistura, na maior das descontracções e animação.
Deixo então alguns dos pontos que me pareceram de interesse e que aconselho.
·“Avenida Las Ramblas” – Por se tratar de uma avenida/rua que atravessa toda a zona histórica de Barcelona, é interessante caminhar por esta rua, nem que seja para chegar ao ponto histórico que se deseja. É uma rua sempre bastante animada, com os famosos figurantes;
·“Passeig de Gracia” – Uma avenida composta por muitos pontos de interesse e para quem deseja efectuar compras, as lojas são muitas, faz-me lembrar a Rua Augusta em Lisboa;
·“Arc de Triumphe” – Um monumento muito parecido com o Arco do Triunfo de Paris, apenas mudando a cor, em Barcelona de cor Terracota;
·Bairro Gótico – De ruas minúsculas, muitas vezes com a largura de menos de dois metros, é o exemplo de um bairro muito castiço e tradicional, com prédios de cinco e mais andares. E claro, não se conte o Sol chegar até nós;
·Casa Batló (Gaudi) – Um dos exemplos mais espectaculares que vi, no que respeita a arte e formas adoptadas, uma casa cheia de pequenos detalhes;
·Passeio Marítimo – Uma caminhada pela “Aldeia Olímpica”, percorrendo a marginal perto do mar, muito bonito. É também uma zona de grande animação nocturna, com diversos bares.
·“La Catedral” – Um edifício imponente ao melhor estilo da arte que se pode encontrar em Barcelona.
·“La Pedrera” (Gaudí) – Traços estonteantes.
·“La Sagrada Familia” – Um monumento que nos deixa sem palavras, algo de grandioso, fascinou-me, ainda que estivesse em construção.
·“Parque Güell” (Gaudí) – Uma visita libertadora, que nos afasta do grande centro urbano e nos permite uma vista panorâmica sobre a cidade maravilhosa.
Quanto à estadia, ficámos as duas primeiras noites no hostel Graffiti e a terceira no Mediterranean hostel. A última foi mesmo no aeroporto, já que o voo que nos levava a Amesterdão era de madrugada.
Amesterdão, 7 dias velozes a descobrir e a respirar o “Amsterdam style”, uma mistura de liberdade com cultura e civilização, metidos naquela arquitectura bordada dos canais.
Aqui, menos tempo para visitas à turista, mais tempo para curtir… Ainda assim, um passeio pelos canais é imprescindível. Há ainda edifícios históricos e alguns Museus de interesse, como o Rijksmuseum ou o Van Gogh passando pela casa de Anne Frank. Vondel Park, Leidsplein ou Heineken Experience são outros momentos incontornáveis nesta descoberta. Uma descoberta permanente, a pé, de bicicleta, de eléctrico ou de barco, percorrer os canais, as ruas das lojas, as praças, estender a tarde numa esplanada de um bar ou nas inevitáveis coffeeshops, atravessar duas ou três vezes o Red Light District…
Esta cidade tem uma qualidade de vida fantástica, como gostava de poder sair de casa de bicicleta e ir trabalhar. Mesmo com um frio de rachar, munidos até às orelhas lá passam os holandeses de bicicleta pela faixa destinada a velocípedes com direito a sinais de trânsito e tudo.
Em Amesterdão todos falam inglês, por isso não há qualquer problema de comunicação, seja para muito simplesmente comer, seja para comprarmos aquilo que quisermos dentro da área das “drogas leves”.
Relativamente à estadia, a primeira noite ficámos num hostel bem no centro da Red Light Zone, num quarto para 20 pessoas, e onde encontrámos pessoas de quatro ou cinco nacionalidades. As restantes noites foram passadas no excelente Hotel Sphinx, no convés do barco Marietta e num hostel católico!?!?!
Para a despedida, uma party privada no Hotel Sphinx, com direito a balões e tudo… e que festa… à meia noite já quase todos estavam deitados, tal não foi.
Sem dúvida uma viagem para recordar, uma verdadeira aventura, aconselho vivamente.
música: From Yesterday - 30 seconds to Mars
sinto-me: com saudades de viajar...
Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2008
A lei do tabaco tem provocado indignações mais ou menos inspiradas no liberalismo. Fala-se em perseguição da liberdade dos fumadores e em violação da propriedade privada. Não há dúvida de que o texto da lei merece discussão séria, mas não digam que o propósito da lei é sancionar um vício (e uma liberdade) e não evitar um dano.
Querem ser liberais? Foi um liberal como Stuart Mill quem formulou o “princípio do dano”, o princípio de que a intervenção do Estado sobre as pessoas contra a sua vontade só se justifica para evitar que se cause dano a outros.
O fumo passivo causa ou não um dano? Pois é..
Sábado, 5 de Janeiro de 2008
música: Waiting on the World to change - John Mayer